Nunca acreditei e nem tive paciência para aquelas comparações que constantemente são feitas no mundo do futebol que dizem: fulano é o novo Pelé, sicrano é o novo Maradona. Acho desnecessário, sensacionalista e pretensioso.
Mas uma coisa eu posso dizer: existem pessoas que buscam se espelhar em grandes ícones de sua área de atuação, isso tem. E muitas vezes conseguem se igualar a aquele que os inspirou.
Eragon é um livro que claramente bebeu das fontes certas!
A história se passa em um mundo imaginário, mais precisamente no continente de Alagaësia que durante séculos abrigou uma ordem de cavaleiros e seus respectivos dragões que zelavam pela ordem e pela justiça.
Até aí, nada demais. Contudo a forma como o enredo vai nos apresentado a história de Alagaësia e a narrativa da queda dos cavaleiros é instigante. O leitor vai crescendo na história junto com o personagem principal - Eragon.
Um pobre humano que vive em uma pequena cidade chamada Carvahall, uma das poucas que não venera o imperador Galbatorix.
Eragon encontra uma pedra preciosa enquanto cassava na Espinha, uma cadeia de montanhas ao norte da cidade. Viria ele posteriormente saber que esta era na verdade um ovo de dragão, o primeiro a eclodir em um século, desde que o antigo cavaleiro Galbatorix se levantou contra a ordem dos cavaleiros e dizimou todos os que não se aliaram a ele.
Muitos personagens cheios de mistérios e intencionalidades escusas passam pela vida de Eragon a partir de então. Desde o sábio Brom, ao jovem Murtag - filho do primeiro aliado de Galbatorix. Do rei dos anões Hrothgar até a elfa Arya.
Além, é claro do dragão, uma fêmea chamada Safira, que diferentemente de um pokemón tem emoções muito fortes, opiniões claras e até mesmo medo que são comunicados por meio da ligação mental entre ela e Eragon - por sinal acredito até que o livro poderia se chamar Eragon e Safira, pois esta é tão importante quanto ele na narrativa, pois também passa por um processo de aprendizado.
Os povos de Alagaësia são um show a parte.
Respeitando grandes pontos presentes na obra de Tolkien, mas se permitindo ousar na narrativa, Eragon nos apresenta um povo anão majestoso e poderoso, cheio de famílias nobres e irritadiças, mas com uma grande sensibilidade para as artes,morando em cidades que vão desde construções majestosas, até vilas onde um humano mal cabe dentro.
Soa esquisito apenas o fato de anões navegarem e montarem sem muitos problemas.
O povo élfico fica para o post do segundo livro.
Eragon também se destaca dos demais por ter um herói muito fraco, com deveria realmente ser. Um jovem, recém saido da adolescência que não consegue controlar bem seus poderes e nem tem muitos mestres disponíveis para isso, uma vez que o último cavaleiro vivo é seu inimigo. Em um mundo marcado pela onipotência do superman, encontrar heróis frágeis e cheios de dilema é muito bom!
Outro ponto interessante é o fato de Eragon ser extremamente teimoso e que os problemas não se resolvem com um simples passe de mágica, essa por sinal é um dos pontos fortes do livro - a magia consome a energia de seu praticamente, sendo importante que ele tenha mais auto-conhecimento sobre a sua força do que apenas ter um objeto mágico ou conhecer as palavras corretas.
Por fim, é interessantíssimo perceber como a vida de um herói pode ser complicada, pois Eragon passa a ser alvo de uma disputa de lealdades entre os Varden -uma ordem humana que combate o imperador Galbatorix - várias famílias de anões, cada uma com seu interesse específico, e os elfos. Sem contar na constante preocupação de Eragon com sua terra natal - alvo de bons capítulos no segundo livro - e o interesse do imperador em tê-lo ao seu lado
Eragon é uma boa leitura e um bom aprendizado!
Para além de toda a magia e encanto, é um garoto se tornando homem e assumindo todas as responsabilidades que isto implica.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
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1 comentários:
Eu pensei que Eragon era o nome do dragão. Nunca entendi direito qual era dessa história. Valeu por esclarecer muita coisa, o filme me confundiu pra caramba.
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