Livro de fácil leitura, daqueles que você leva pra ler numa fila de banco ou à espera de uma consulta médica. O enlatado norte-americano conta a história de um misterioso justiceiro, caçador de bandidos, intitulado por seus subalternos de “O Sombra”. O ponto forte da história é a interatividade. A trama é cheia de enigmas e mistérios que o leitor consegue ir tentando adivinhar ao longo da leitura. Alguns enigmas são mesmo de coçar a cabeça, até para amantes de CSI como eu.
A história começa com um homem comum, Harry Vincent, tentando o suicídio. Um misterioso encapuzado, intitulado por ele como “O Sombra”, salva-o das garras da morte e lhe faz uma proposta: já que ele não estava interessado em sua vida, Sombra pedia que Harry a entregasse para ele. Simples assim. É desse modo que Harry se torna mais um agente de O Sombra, encabeçando investigações e enfrentando perigos em nome de seu sombrio patrão, de quem ele sequer sabe o nome. O bom da trama é que Harry tão é um exímio espião, pelo contrário. Quase tudo dá errado e O sombra precisa intervir em diversos momentos (honestamente, se eu fosse o Sombra, já o teria dispensado).
O título é ideal para quem gosta do gênero policial e aos que estejam começando. É excelente para adquirir ritmo de leitura. O autor, contudo, não é nenhuma Agatha Christie. Traduzindo: o texto, no fim das contas, não é esses balaios todos. O maior ponto fraco é o que eu gosto de chamar de “ponta de linha”. Sabe quando uma costureira faz uma peça e deixa cheia de pontas de linha? Então. Não se pode dizer que está perfeitamente acabada, ainda que a roupa possa ser utilizada tranquilamente. O autor peca pelos muitos personagens envolvidos, que acabam tendo seus dramas perdidos ao longo do caminho, e pela própria origem do Sombra, que não é revelada.
No entanto, aqui está o pulo do gato: sequer a história ou o livro são o melhor de “O Sombra”. O interessante é de onde vem o título. O sombra ou “The Shadows” é um personagem criado originalmente para radionovelas da década de 30. Maxwell Grant, que assina como autor, na verdade é um pseudônimo de pelo menos três autores que já escreveram em nome do herói “The Shadow”, conhecido dos quadrinhos dos anos 30. Essa HQ, além de diversas edições, ganhou ainda o livro “Sombra – O senhor das trevas”. Assim sendo, quem quiser, pode ler o livro e depois, para aparar essas arestas, ou – continuando a metáfora – cortar essas pontas de linha, pode procurar os quadrinhos, que aliás devem ser hoje artigos de colecionadores.
Boa Sorte!
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